terça-feira, 14 de abril de 2009

Relato de um furação ecologicamente devastador!


A idéia de escrever esse artigo surgiu no dia internacional de limpeza das praias, 20 de setembro de 2008.
Eu estava aproveitando um ensolarado dia de sol na Praia Vermelha, aos pés do Pão de Açúcar, um dos maiores ícones turísticos da cidade do Rio de Janeiro. Em determinado momento, um voluntário, de uma ação conjunta das entidades filantrópicas: Ocean concervancy e Instituto Coca-Cola Brasil, veio até mim e entregou uma sacola biodegradável para simbolizar a limpeza das praias.
Nesse mesmo instante, observei ao meu redor que além de areia, havia latas de alumínio (500 anos para degradação)*, filtros de cigarro (5 anos para degradação)*, espetos de madeira(13 anos para degradação)*, pedaços de guardanapos (3 meses para degradação)* e sacolas plásticas de supermercados (50 a 450 anos para degradação)*. Adiante, na beira do mar, o quadro era ainda mais alarmante, eram encontrados diversos tipos de objetos depositados por toda a orla (Ver Foto), tais como: garrafas pet (50 a 450 anos para degradação)*, sandálias de borracha ( Tempo indeterminado de degradação)*, restos de brinquedos plásticos (50 a 450 anos para degradação)* e até grandes pedaços de madeira (13 anos para degradação)*, que com a força das ondas, poderiam machucar gravemente uma pessoa ou um animal.
De certo, todo esse lixo era trazido pela maré, pois o mar também se encontrava extremamente poluído por esses dejetos.


Dentro desse contexto, me ocorreu o seguinte questionamento:
“Apesar de uma atitude louvável, seria uma campanha de entrega de sacolas plásticas nas praias, suficiente para comportar a histórica ignorância cultural que faz com que as pessoas transformem o mar em sua grande sacola de lixo?”
Com certeza, não!

Além dos grandes prejuízos causados à natureza, esse quadro caótico, como já foi citado, acontecia em um dos locais mais visitados por turistas no Rio de Janeiro, o Pão de Açúcar. E como fica a imagem da cidade? Será que só mesmo a violência tem afastado os turistas?

Minutos depois, enquanto eu registrava esse problema, fotografando, na outra ponta da praia, um banhista resgatava um pingüim, provavelmente afastado de seu habitat natural graças às correntes marítimas El niño e La niña, aquecimento global e conseqüente derretimento das calotas polares e etc**. Infelizmente, o ato heróico do homem foi tardio, o pingüim já estava morto.

Somando a esse caos ambiental, ao mesmo tempo em que eu escrevia o presente artigo***, fui “atropelado” por um enxame de abelhas, liberado por um jogador de “frescobol”, típico esporte das praias cariocas, que em uma brincadeira infeliz deu uma raquetada na colméia alvoroçando os insetos.

Portanto, com o homem cada vez mais invadindo e destruindo o habitat natural dos animais e plantas, poluindo o meio ambiente indiscriminadamente e formando um verdadeiro furacão de atos vergonhosos por parte da humanidade, passa pela minha cabeça um questionamento que faz todos os anteriores parecerem de fácil resposta e com o qual vou encerrar minhas palavras:
“Até quando a natureza suportará?”

*-Fonte: http://www.sucatasnarciso.com.br/reciclando.htm; **- Fonte - http://www.institutoaqualung.com.br/info_pinguim.html; *** - O artigo foi escrito no decorrer dos acontecimentos na praia vermelha, Rio de Janeiro, RJ.

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