quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Olha as Olimpíadas aí gente!

Após duas semanas do anúncio da cidade eleita a sediar os Jogos Olímpicos de 2016, os jornais da cidade do Rio de Janeiro, todos os dias, noticiam novos projetos, novas parcerias, novas idéias, novas alternativas para o transporte, para a violência, para o menor abandonado, para as enchentes, para os buracos na rua, para os camelôs, até mesmo para o trajeto Hotel Glória - Aeroporto Santos Dumont (existe um projeto de um trem suspenso que ligaria o hotel ao aeroporto).

Uma dessas propostas é o pacote olímpico que foi anunciado logo após a eleição pelo prefeito do Rio. Ele encaminhará à Câmara de Vereadores um pacote com diversos projetos de lei direcionados às Olimpíadas. Dentre os projetos estão incentivos fiscais às grandes redes hoteleiras para a construção de hotéis na região da Barra da Tijuca. Afinal de contas, são 13 mil unidades de habitação a serem construídos em apenas 7 anos!

Animado e ‘canetando’ tudo e qualquer acordo, contrato e cheque, o prefeito desta cidade firmou convênio com o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) para a realização de um concurso internacional (será que no país de Niemeyer não existem arquitetos experientes e criativos?) para a construção do Marco Olímpico da cidade. As cidades olímpicas geralmente elegem seus marcos durante os jogos (o Ninho do Pássaro em Pequim, por exemplo), mas a cidade do Rio de Janeiro quer antecipar a criação deste símbolo. Uma das justificativas é a de criar um monumento olímpico que marca de maneira concreta a passagem dos jogos pela cidade se tornando, portanto, um atrativo turístico. As características do concurso são: livre – pode ser qualquer coisa (até mesmo uma tocha acesa eternamente no alto de um morro que não seja habitado por ambientalistas chatos – palavras do nosso prefeito); sem limite de custos (a prefeitura arcará com a execução do projeto); entre outras características que só serão divulgadas no edital do concurso em dezembro deste ano.

Na mesma semana foi anunciado um estudo que será feito em conjunto – união, estado e prefeitura – e que tem como objetivo reduzir a burocracia na execução dos projetos dos Jogos. Este estudo visa limitar os poderes da Autoridade Pública Olímpica (APO), entidade que será criada para supervisionar os trabalhos da Rio 2016 (orçamento, legalidade dos projetos, etc). Esta limitação evitaria perda de tempo com burocracias ou questões jurídicas. O presidente Lula afirmou que os jogos terão fiscalização nacional e internacional e que o povo brasileiro saberá vigiar o uso do dinheiro. Saberemos ou ficaremos com preguiça?

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